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8 de jun. de 2016

Almas que se encontram - Paulo Fuentes

Imagem: Mandala das almas by Ellen Allmye



ALMAS QUE SE ENCONTRAM ...

Dizem que para o amor chegar...
Não há dia...
Não há hora...
E nem momento marcado para acontecer.

Ele vem de repente e se instala...
No mais sensível dos nossos órgãos...
O coração.

Começo a acreditar que sim...
Mas percebo também...
Que pelo fato deste momento...
Não ser determinado pelas pessoas...
Quando chega, quase sempre...
Os sintomas são arrebatadores...
Vira tudo às avessas...
E a bagunça feliz se faz instalada.

Quando duas almas se encontram...
O que realça primeiro...
Não é a aparência física...
Mas a semelhança das almas.

Elas se compreendem...
E sentem falta uma da outra....
Se entristecem...
Por não terem se encontrado antes...
Afinal tudo poderia ser tão diferente.

No entanto sabem que o caminho é este...
E que não haverá retorno...
Para as suas pretensões.

É como se elas falassem além das palavras...
Entendessem a tristeza do outro...
A alegria e o desejo...
Mesmo estando em lugares diferentes.

Quando almas afins se entrelaçam...
Passam a sentir saudade uma da outra...
Em um processo contínuo de reaproximação...
Até a consumação.

Almas que se encontram...
Podem sofrer bastante também...
Pois muitas vezes...
Tais encontros acontecem...
Em momentos onde não mais podem extravasar...
Toda a plenitude do amor...
Que carregam, toda a alegria de amar...
E de querer compartilhar a vida com o outro...
Toda a emoção contida...
À espera do encontro final.

Desejam coisas que se tornam quase impossíveis...
Mas que são tão simples de viver...
Como ver o pôr-do-sol...
Ou de caminhar...
Por uma estrada com lindas árvores...
Ver a noite chegar...
Ir ao cinema e comer pipocas...
Rir e brincar...
Brigar às vezes...
Mas fazer as pazes...
Com um jeitinho muito especial.

Amar e amar, muitas vezes...
Sabendo que logo depois...
Poderão estar juntas de novo...
Sem que a despedida se faça presente.

Porém muitas vezes...
Elas se encontram em um tempo...
E em um espaço diferente...
Do que suas realidades possam permitir.

Mas depois que se encontram...
Ficam marcadas ... tatuadas...
E ainda que nunca venham a caminhar...
Para sempre juntas...
Elas jamais conseguirão se separar...
E o mais importante ...
Terão de se encontrar em algum lugar.
Almas que se encontram...
Jamais se sentirão sozinhas...
Porquanto entenderão, por si só...
A infinita necessidade...
Que têm uma da outra para toda a eternidade.

Autor: Paulo Fuentes

Imagem: Mandala das almas by Ellen Allmye

2 de fev. de 2015

Nibiru 2015




Pelo Espaço Sideral  

Ele não é dessa galáxia,
definitivamente.
Talvez exista em outra dimensão,
talvez não.
É possível que tenha sido
engolido
por um buraco negro,
absurdo,
ou seja feito de matéria negra
e eu não possa enxergar,
apesar de estar preenchendo
o espaço que me rodeia.
E se for aquela estrela
que brilha por mim de madrugada
é romântico,
mas pouco prático.
Eu busco o prático!
Busco a forma e a matéria,
e a união de mundos subjetivos
e habitáveis.

Autor (Poesia de: Flávia Marques)
Excelente Poetisa!

...
 

21 de mai. de 2013

Meu pensamento está em você


Meu pensamento está em você,

Enquanto meu corpo descansa.

Meus olhos querem lhe ver,

No entanto apenas lembranças.

Meu coração quer saber,

O quanto vale viver de esperança.

Meus dedos querem lhe envolver,

Sem haver qualquer implicância.

Minha boca procura você,

Mas com tristeza se cansa.

Minhas pernas ficam a remexer,

Chamando-lhe para uma dança.

Minha alma quer lhe ter,

Sorrindo como uma criança.

Meu pensamento está em você,

Que saudade causa a distância.


(autor desconhecido)

27 de ago. de 2012

Felino


O GATO TRANQÜILO

Ei-lo, quieto, a cismar, como em grave sigilo,
vendo tudo através a cor verde dos olhos,
onça que não cresceu, hoje é um gato tranqüilo.
A sua vida é um "manso lago", sem escolhos...
Não ama a lua, nem telhado a velho estilo.
De uma rica almofada entre os suaves refolhos,
prefere ronronar, em gracioso cochilo,
vendo tudo através a cor verde dos olhos.

Poderia ser mau, fosforescente espanto,
pequenino terror dos pássaros; no entanto,
se fez um professor de silêncio e virtude.

Gato que sonha assim, se algum dia o entenderdes,
vereis quanto é feliz uma alma que se ilude,
e olha a vida através a cor de uns olhos verdes.

Cassiano Ricardo


12 de jun. de 2012

Saudades de amar


Saudade

Saudade é solidão acompanhada, 
é quando o amor ainda não foi embora, 
mas o amado já... 

Saudade é amar um passado que ainda não passou, 
é recusar um presente que nos machuca, 
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais... 

Saudade é o inferno dos que perderam, 
é a dor dos que ficaram para trás, 
é o gosto de morte na boca dos que continuam... 

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: 
aquela que nunca amou. 

E esse é o maior dos sofrimentos: 
não ter por quem sentir saudades, 
passar pela vida e não viver. 

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

Pablo Neruda



Feliz Dia dos namorados


Só por hoje ... 

Hoje não dá pra dizer
O que dizemos nas brigas,
Nem dar atenção a intrigas
Que venham nos abater.


Hoje não dá pra falar
Dos defeitos que enxergamos,
Dos outros que nós amamos,
Nem podemos comparar.

Hoje provamos da paz,
Deixamos danos largados.
Ressentimento fugaz
Mandamos para outros lados.

Vivamos o que nos traz
O Dia dos Namorados!


fonte: http://mensagensepoemas.uol.com.br/dia-dos-namorados/poema-dia-dos-namorados-6.html


29 de mar. de 2012

Madame X


Poema para Madame X

Ai, como aquele poeta antigo cantava
Com tamanha graça e tanto louvor,
A plenitude do verdadeiro amor
Que ele nutria por... Anarda!

E aquele "mineiro" da mais fina poesia
Que com a pena corria por belos prados
Que tinha mil ovelhinhas e mais de gado
E que tanto amava... Marília!

Tem aquele outro, de um outro país
Que há séculos cantou o céu e o inferno
E que imortalizou em majestosos versos
O amor que tinha por... Beatriz!

Agora vamos por terras secas e ibéricas
E o que vem primeiro em pensamento
É o cavaleiro dos moinhos de vento
Com seu fero amor por... Dulcinéia!

Agora quero falar do amor do peito meu
Que tanto me acalma, acalanta e faz feliz;
Um amor maior do que cabia em Romeu;
O amor imortal que tenho pela minha 
Madame... X!

(autor: Gyl)





28 de fev. de 2012

Apenas ao entardecer Apenas ao entardecer


Apenas ao entardecer

Na tarde morna, pelo céu em festa,
Perpassa um grito, que se perde longe...
Há mil perfumes de tomilho e giesta,
E o monte enverga seu burel de monge.

Uma após outra, as irmãs estrelas
Abrem, muito alto, como olhitos piscos,...
Bailam cantigas, pelo ar, singelas,
e o gado manso, torna aos seus apriscos.

Pela janela francamente aberta
Coam-se vozes _ rezas de humildades _
Descem perfumes de malvaísco em flor...

Mas tudo cala (só o amor desperta),
Quando na torre batem as Trindades...
Hora divina de saudade e amor!...


J. de Castro


27 de fev. de 2012

Tomara (Vinícius de Moraes)


Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara 
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...

Vinícius de Moraes


19 de jan. de 2012

O medo


Do Medo

Não pode o poema 
circunscrever o medo, 
dar-lhe o rosto glorioso 
de uma fábula 
ou crer intensamente na sua aura. 
Nós permanecemos, quando 
escurece à nossa volta o frio 
do esquecimento 
e dura o vento e uma nuvem leve 
a separar-se das brumas 
nos começa a noite. 

Não pode o poema 
quase nada. A alguns inspira 
uma discreta repugnância. 
Outras vezes inclinamo-nos, reverentes, ante os epitáfios 
ou demoramo-nos a escutar as grandes chuvas 
sobre a terra. 
Quem reconhece a poesia, esse frio 
intermitente, essa 
persistência através da corrupção? 
Quase sempre a angústia 
instaura a luz por dentro das palavras 
e lhes rouba os sentidos. 
Quase sempre é o medo 
que nos conduz à poesia. 


Voltando ao medo: as asas 
prendem mais do que libertam; 
os pássaros percorrem necessariamente 
os mesmos caminhos no espaço, 
sem possibilidades de variação 
que não estejam certas com esse mesmo voo 
que sempre descrevem. 
Voltando ao medo: o poema 

desenha uma elipse em redor da tua voz 
e cerca-se de angústia 
e ervas bravias — nada mais 
pode fazer. 

Luis Filipe Castro Mendes, in "A Ilha dos Mortos"