Ferrugem
Ferrugem cobre o que toco sem pena
que tudo mate, que tudo que penso
se torne frágil, que o mundo tão intenso
se torne brando, co’a sina serena.
No medo morno de um mundo que imenso
se forme em terras distantes, centenas
de mundos terceiros de vidas amenas
que vivem todas no brio de um incenso.
Ferrugem cinge o destino que toco,
mudando os traços, vertendo-me as chances
num mundo estéril de usinas e chagas.
E acabo sempre prendendo-me em foco
d’alguma chama o fulgor d’uma chance
na vela que breve sem mais, se apaga.
Marcel Angelo
fonte: http://poesiaretro.blogspot.com.br/2011/07/ferrugem.html
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