Imagem: Portal para 5ª Dimensão by Ellen Allmye
Wo e a Sala de Aprendizagem - Parábolas de Kryon
Introdução do escritor
Disse-lhes que partilharia convosco as minhas parábolas favoritas, e esta é uma delas. Embora esta parábola seja uma das primeiras oferecidas por Kryon, continua a ter uma forte relevância nas nossas vidas diárias. O objetivo de Kryon é proporcionar-nos as ferramentas para elevar a nossa própria vibração neste planeta – para sermos tudo aquilo de que somos capazes, enquanto estamos aqui. Esta parábola esconde muito, para permitir que vejamos, por nós mesmos, as possibilidades que temos pela frente.
Também apela aos nossos corações e pede-nos que “recordemos” quem somos realmente.
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Era uma vez um humano, a quem chamaremos Wo. O sexo de Wo não é importante para esta história, mas uma vez que não há uma palavra adequada parauma pessoa de gênero neutro, chamá-lo-emos o Wo humano, de modo que Wo, possa abarcar todos os homens e todas as mulheres por igual. Não obstante, e apenas por motivos de tradução, diremos que Wo é “ele”.
Como todos os Humanos da sua civilização, Wo vivia numa casa, mas só se interessava pelo quarto em que vivia, porque era a única coisa realmente sua. O seu quarto era bonito e a sua tarefa era encarregar-se de o manter assim, o que ele fazia.
WO tinha uma vida boa. Pertencia a uma civilização na qual, cada vez que queria comida, tinha muita.
Nunca tinha frio, porque havia sempre com que se proteger dele. À medida que crescia, aprendia muitas coisas sobre si mesmo. Aprendia quais as coisas o punham feliz, e encontrava objetos para pendurar na parede, os quais podia contemplar agradavelmente.
Wo também aprendia que coisas o faziam sentir-se triste, e a como pendurar essas coisas na parede, quando queria estar triste. Aprendia igualmente que coisas o aborreciam, e ao encontrá-las, pendurava-as na parede. Assim, quando decidia estar aborrecido, olhava para elas.
Tal como acontece com outros Humanos, Wo tinha muitos medos. Embora dispusesse do essencial para viver, tinha medo dos outros Seres Humanos e de certas situações. Temia que esses Humanos e essas situações pudessem trazer alterações ao seu mundo, porque se sentia estável e seguro com a maneira que a vida decorria à sua volta, e tinha trabalhado duramente para chegar a esse estado. Temia as situações
que pareciam ter capacidade de interferir com o seu quarto tão estável e receava os Humanos que controlavam essas situações.
Wo soube da existência de Deus através dos outros Humanos. Disseram-lhe que um Ser Humano era algo muito pequeno e Wo acreditou. Ao fim e ao cabo, olhava à sua volta e via milhões de Seres Humanos,mas um só Deus. Disseram-lhe que Deus era Tudo, e que ele não era nada. Porém, Deus, no seu amor infinito, responderia às suas orações, desde que ele rezasse com sinceridade e agisse com integridade durante a sua vida. E Wo, que era uma pessoa espiritual, pedia a Deus que os Humanos e as situações que tanto receava não trouxessem alterações, e que o seu quarto pudesse continuar a ser igual ao que sempre fora – e Deus respondia ao seu pedido.
WO tinha medo do passado, porque de algum modo lhe lembrava coisas desagradáveis, e rezava a Deus para que bloqueasse essas coisas na sua memória - e Deus respondia ao seu pedido. Wo também tinha medo do futuro, porque continha possibilidades de alterações e era escuro, incerto e oculto para ele.
Pedia a Deus que o futuro não trouxesse alterações ao seu quarto - e Deus respondia ao seu pedido. Wo nunca ia muito longe dentro do seu quarto, porque tudo o que realmente necessitava como Humano, estava num dos cantos desse quarto. Quando os amigos vinham de visita, era ali que os recebia. E estava contente assim.
WO observou, pela primeira vez, um movimento noutro canto do quarto, quando tinha uns 26 anos.
Assustou-se imenso, e imediatamente pediu a Deus que fizesse desaparecer o movimento, porque lhe fazia sentir que não estava sozinho no quarto... o que não era uma situação aceitável. Deus atendeu o seu pedido, o movimento parou e medo desapareceu.
Quando tinha 34 anos, o movimento regressou, e de novo Wo pediu que parasse, porque tinha muito medo. O movimento parou, mas não antes que Wo visse algo que nunca tinha visto antes, naquele canto: outra porta! Nessa porta havia uma estranha inscrição, e Wo teve medo do que isso pudesse implicar. Wo fez perguntas aos líderes religiosos sobre a estranha porta e o movimento que ali havia, e eles advertiram-no de que não se aproximasse desse canto. E acrescentaram que era a porta da morte e que ele morreria certamente se a sua curiosidade se transformasse em ação. Também lhe disseram que a inscrição na porta era maligna e que nunca mais deveria voltar a olhar para ela. Em troca, animaram-no a participar num ritual com eles e a dar o seu talento e proventos ao grupo. E que, fazendo isto, tudo passaria a estar bem.
Quando Wo tinha 42 anos, o movimento voltou. Embora, desta vez, não tivesse sentido medo, novamente pediu para que parasse, e movimento parou.
Deus era bom por responder tão rápida e completamente. Wo sentiu-se fortalecido pelo resultado das suas orações.
Quando tinha 50 anos adoeceu e morreu, embora não se tenha dado realmente conta disso quando tal aconteceu. De novo viu o movimento no canto do quarto e voltou a pedir para que parasse, mas, ao contrário do que esperava, o movimento tornou-se mais claro e mais próximo. Assustado, Wo levantou-se da cama... e descobriu que o seu corpo terreno ficou ali, e que ele se encontrava em forma de espírito. À medida que o movimento avançava para ele, Wo começou a reconhecê-lo. Começou a sentir curiosidade em vez de medo. O seu corpo espiritual parecia-lhe natural.
Então viu que, na realidade, o movimento era formado por duas entidades que se aproximavam. As duas figuras brancas, à medida que se situavam cada vez mais perto, brilhavam como se tivessem luz no seu interior. Finalmente, colocaram-se diante dele. Wo surpreendeu-se pela sua majestade. Mas não teve medo.
Uma das figuras dirigiu-se a Wo e disse:
- Vem, meu querido, está na hora de ir embora.
A voz da figura estava cheia de gentileza e familiaridade. Sem duvidar, Wo acompanhou-os. Começava a recordar o quão familiar era tudo aquilo, enquanto olhava para trás e via o seu cadáver aparentemente adormecido na cama. Sentia-se cheio de um maravilhoso sentimento, que não conseguia explicar. Uma das entidades tomou a sua mão e encaminhou-o diretamente para a porta que tinha a estranha inscrição. A porta abriu-se e os três passaram por ela.
WO viu-se a si mesmo num longo corredor com portas para outros quartos, de um lado e do outro. Pensou para si mesmo que aquela casa era muito maior do que pensava! Viu a primeira porta... que tinha novamente aquelas estranhas inscrições.
Perguntou a uma das entidades brancas:
- O que há por detrás desta porta da direita?
Sem dizer palavra, a figura branca abriu a porta e convidou-o a entrar. Assim que entrou, Wo ficou estupefacto. Amontoadas, desde o chão até ao teto, havia mais riquezas do que em qualquer um dos seus sonhos mais loucos! Havia lingotes de ouro, pérolas e diamantes. Só num dos cantos havia rubis e pedras preciosas suficientes para um reino inteiro! Olhou para os seus companheiros brancos e brilhantes, e perguntou-lhes:
- Que lugar é este?
O mais alto respondeu:
- Este é o teu quarto da Abundância, se tivesses querido entrar nele. Continua a pertencer-te e ficará aqui, para ti, no futuro.
Wo ficou impressionado com esta informação.
Quando regressaram ao corredor, Wo perguntou o que havia no primeiro quarto do lado esquerdo, por detrás de outra porta com uma inscrição que começava a fazer um certo sentido. Ao abrir a porta, a figura branca disse:
- Este é o teu quarto da Paz, se acaso o tivesses querido usar.
Wo entrou no quarto com os seus amigos, e encontrou-se envolvido por uma névoa branca e espessa. A névoa parecia estar viva porque imediatamente revestiu o seu corpo, e Wo começou a inalá-la. Sentia-se extraordinariamente tranquilo e sabia que nunca mais voltaria a sentir medo. Sentiu paz, onde antes nunca a tinha tido. Queria ficar ali, mas os seus companheiros animaram-no a prosseguir, e continuaram a andar pelo corredor. Havia ainda outro quarto do lado esquerdo.
- O que é que tem este quarto? - perguntou Wo.
- Esse é um lugar onde só tu podes entrar – disse a figura mais pequena.
Wo entrou no quarto e imediatamente se sentiu preenchido por uma luz dourada. Sabia o que era: era a sua própria essência, a sua iluminação, o seu conhecimento do passado e do futuro. Este era o armazém de paz e de amor de Wo. Chorou de alegria, e ficou ali a absorver verdade e compreensão durante muito tempo. Os seus acompanhantes não entraram, pois eram pacientes.
Finalmente, Wo regressou ao corredor. Tinha mudado. Olhou para os seus acompanhantes e reconheceu-os:
- Sois anjos-guias! – afirmou.
Não - disse o mais alto – somos os TEUS guias. E continuaram a falar com perfeito amor: - Temos estado aqui desde o teu nascimento por uma única razão: amar-te e mostrar-te a porta. Tiveste medo e pediste que nos fôssemos embora. Assim o fizemos. Estamos ao teu serviço em amor, e honramos a expressão da tua encarnação.
Wo não sentiu repreensão naquelas palavras. Deu-se conta de que não o julgavam, antes o honravam, e sentiu o seu amor.
Olhou para as portas mas, agora, já conseguia perceber as inscrições! Enquanto avançava pelo corredor viu portas marcadas como CURA, CONTRATO, e outra com a palavra ALEGRIA. Viu mais do que desejava, porque por todo o lado havia portas com os nomes de crianças ainda não nascidas, e havia uma, inclusive, que dizia LÍDER MUNDIAL. Wo começou a dar-se conta do que tinha perdido. E, como se soubessem o que pensava, os guias disseram-lhe:
- Não te recrimines porque é inapropriado e indigno da tua magnificência.
WO já não conseguia compreender nada. Olhou para o final do corredor, para o lugar por onde tinha entrado, e viu a inscrição na porta, a tal inscrição que, no princípio, o tinha assustado. A inscrição era um nome! Era o SEU NOME, O SEU VERDADEIRO NOME!...
Wo, agora, compreendia tudo. Sabia a rotina dali em diante, porque agora recordava tudo, e já não era Wo. Disse adeus aos seus guias e agradeceu-lhes a sua fidelidade. Ficou parado durante algum tempo, olhando-os e amando-os. Então ELE começou a avançar para a luz no final do corredor. Já ali tinha estado antes. Sabia o que o esperava na sua breve viagem de três dias à Gruta da Criação, para recuperar a sua essência. A seguir, iria para o Salão de Honra e Celebração, onde o esperavam aqueles que o amavam muitíssimo, inclusive aqueles a quem ELE tinha amado e perdido durante a sua estância na Terra.
Sabia onde tinha estado e sabia para onde ia. Wo voltava para Casa.
Comentário final do escritor Lee Carroll
A apresentação por Kryon da personagem Wo, no princípio da história, é uma tentativa de criar uma pessoa sem gênero. Wo é um “wo-men”, homem ou mulher. A intenção de Kryon é evitar uma especificação de gênero que interfira na compreensão completa da parábola ou na capacidade para nos pormos no lugar de Wo.
Na parábola, a casa de Wo é obviamente a sua vida ou a sua “expressão” (tal como Kryon chama à vida) na Terra. A analogia dos diferentes quartos refere-se às “janelas de oportunidade” que todos temos, que acompanham o nosso contrato, o nosso carma, e portanto o nosso potencial enquanto estamos aqui.
A parte que fala sobre a aprendizagem de Wo, daquilo que o faz feliz, triste ou aborrecido, e o modo como pendura as coisas na parede para se sentir duma ou doutra maneira, é realmente uma informação cheia de prospecção sobre os Seres Humanos. Refere-se às partes de nós mesmos que se afundam no passado e que nos fazem reviver certos acontecimentos, permitindo que nos sintamos de um determinado modo. Habitualmente não se trata de um comportamento adequado nem iluminado da nossa parte, uma vez que recuperamos velhas memórias para “sentirmos” aborrecimento, ódio, vingança... e o desempenho do papel de vítimas. Outras vezes é só um desejo antigo de estarmos num lugar que nos fez felizes, tal como durante o tempo do nosso crescimento.
O facto de Kryon ter dito que Wo “pendurava coisas na parede” com este propósito, também está cheio de significado. Quando alguém vem a nossa casa, o que está na parede é para ser visto. São as nossas fotos de família e obras bonitas. Isto quer dizer que penduramos coisas na parede para lhes dar ênfase, mesmo que para benefício de desconhecidos que cheguem, porque sentimos que esses objetos são especiais. Portanto, Kryon apresenta-nos Wo a pendurar os seus sentimentos para que todo o mundo os veja e reaja à sua parede de “aprendizagem”. Wo, como muitos outros Humanos, quer envolver os demais nos seus próprios processos, porque, procedendo assim, se sente melhor. Wo, nessa altura, não sabia nada sobre responsabilidade. Mesmo assim, mais adiante na parábola, reparamos que não importa em que estado de iluminação se encontra Wo, pois não há juízo da parte de Deus sobre isso.
Vemos que Wo tem medos, e o principal dos quais está relacionado com o controlo. Parece que na sua vida receia as situações em que alguém possa alterar o seu quarto (a sua vida). A reação à maior parte desses medos, é continuar na mesma.
O seu verdadeiro medo, portanto, é a mudança e, por isso, deseja estabilidade ou consciência estática.
Também teme o passado, embora não saiba porquê. Dirige-se a outros Humanos para aprender sobre Deus, e utiliza o que aprende para se proteger da mudança. Este é um exemplo excelente do que a religião nos ensina hoje em dia: temos Deus a representar o papel de protetor com a responsabilidade de afastar o mal, e incentivam-se os membros da Igreja a manter a proteção do pastor, através “do vale das sombras da morte”. Isto dificilmente anima um pensamento espiritual enriquecedor nos indivíduos, e também não promove o conceito de assumir a responsabilidade por aquilo que acontece a cada um, tal como Kryon nos aconselhou.
A parte notável desta história é que, embora Wo adira ao tipo de doutrina religiosa média, normal, mesmo assim, obtém resultados com as suas orações!
Recebe a proteção que pede e, portanto, fica livre das alterações que o movimento perturbador no canto do quarto lhe possa trazer. De novo Kryon nos diz que a mecânica do Espírito de Deus é absoluta, e que a energia amorosa das boas intenções da oração, dá resultados. Recordam-se do ditado:
Cuidado com o que pedem, pois podem obtê-lo? É verdade! Esta parábola é a prova disso.
Ao longo das nossas vidas, todos temos várias oportunidades de enriquecimento e descoberta de nós mesmos, e Wo também as teve. Embora ele acreditasse que tinha respostas satisfatórias, Deus honrou-o com um “lampejo” dos seus guias. Este era o incomodo “movimento” que percebia no canto do quarto, juntamente com a visão de uma porta. Tratava-se dos esforços dos seus guias, para levá-lo a outra realidade, dando-lhe assim a sua merecida oportunidade de mudança e, também, a oportunidade para enfrentar o seu medo.
De novo Kryon foi perspicaz ao mostrar o que as religiões disseram a Wo para fazer a esse respeito: fizeram-no acreditar que o movimento era maligno. Até à data, esta é a resposta mais comum para tudo o que vá contra a doutrina popular, seja qual for a crença religiosa. Muitos dos que não estão de acordo com o ponto de vista de outros, chamam-lhe maligno e nunca se detêm em nenhuma das mensagens, nem observam a energia que rodeia a crença.
E, assim, Wo morreu finalmente, e o que mais temia aconteceu: o movimento no canto do quarto tornou-se realidade. De algum modo, porém, reconheceu-o e não teve medo. De seguida, passámos aos diferentes quartos para além da porta e partilhámos da descoberta de Wo.
A visita aos quartos é uma exposição do contrato terreno (feito para si próprio), e da sua ilustração potencial – com riquezas, paz e essência interior pessoal, de poder individual, ou seja, a sua ”parte de Deus”. Wo reconhece os seus guias durante o caminho, mostrando-nos que sabemos verdadeiramente quem são os nossos guias, mas que isto está oculto enquanto nos encontramos aqui. Quem consegue imaginar-se a andar pela vida com dois ou três amigos dispostos a ajudar-nos e a amar-nos a cada passo... e prescindir deles? Wo fez exatamente isto, e, mesmo assim, esses guias não o julgaram.
É disto que se compõe o amor de Deus.
WO começou a compreender e a sentir que tinha estado terrivelmente enganado. Contudo, os guias corrigiram-no imediatamente e disseram-lhe: “não te recrimines, porque é inapropriado e indigno da tua magnificência”. Este foi o grande passo de Wo. A partir desse momento deixou de ser um “antigo Humano em aprendizagem” e passou a ser o que sempre tinha sido: uma parte de Deus, uma entidade universal. A próxima coisa para que olhou, foi para o seu nome na porta e, então, recordou-se de tudo.
Quando Kryon apresenta caminhos e parábolas, leva-me de facto “lá”, durante a tradução viva. No caso desta parábola, senti o vento, o clima e tudo o mais. Kryon permite-me frequentemente descrever o que estou a “ver” para além dos “pacotes de pensamentos” que me dá para traduzir. No processo, contudo, vejo-me fortemente afetado, e, muitas vezes, choro com a alegria da compreensão total do que está a ser apresentado, enquanto permaneço sentado na minha cadeira. Não há nada que eu possa descrever que seja comparável a esta experiência, exceto o que cheguei a sentir num sonho muito, muito real. De facto estive ali, junto de Wo, disposto a ir “para Casa”, envolto em amor. Senti a onda de amor dos que lá estavam e tive saudades dos meus amigos do “outro lado”. Vi os meus guias brilhantes, resplandecentes, e senti o seu amor. Então, peguei na mão de Kryon e regressei à minha cadeira, durante o encontro em Del Mar, Califórnia.
Trecho retirado do Livro IV As Parábolas de Kryon
Fonte: http://www.luzdegaia.org
Ouça no vídeo a canalização traduzida para o Português
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